PAULO BRAGANÇA, o irreverente e genial fadista
está de regresso à Lisboa, preparando o lançamento de um novo disco...
...e quis posar com o nosso poster de Amália Rodrigues!
"Quando apareceu no hermético e conservador circuito do fado, no início dos anos 90, PAULO BRAGANÇA transformou-se, para muitos, numa endeusada figura, quer pelo arrojo estético com que se apresentava ao vivo (com indumentárias pouco habituais nos fadistas de então) quer pela sua voz de timbre andrógino, que a todos maravilhou. Percebia-se que havia um conceito quase filosófico na forma como Paulo Bragança delineava o seu percurso. Não foi por isso estranho que, pouco depois, David Byrne, o vocalista e mentor dos Talking Heads, o recrutasse para figurar na sua editora, a nova-iorquina Luaka Bop, selo vocacionado para a vertente mais avantgarde da World Music.
E o arrojo de Paulo Bragança parecia não ter fim. Uma versão de “Sorrow’s Child” de Nick Cave And The Bad Seeds, foi a “provocação” que preparou a seguir. A excentricidade do portador da voz que nos põe sempre mais perto do céu era quase sempre referida pelos críticos mais ortodoxos que lhe reconheciam uma alma e um timbre únicos, mas que depois estranhavam, por exemplo, o facto do cantor se apresentar em palco descalço. PAULO BRAGANÇA, inteligente, teve sempre respostas convincentes. A esta questão respondia: “O facto de eu cantar descalço é um símbolo de despojamento. O palco para mim é sagrado e eu não o quero pisar calçado para não o conspurcar”. Depois de 4 álbuns editados, PAULO BRAGANÇA fez uma espécie de retiro na Irlanda onde viveu vários anos e onde ainda passa grande parte do seu tempo. Mas 2017 também é o ano que vê o regresso desta mítica voz aos palcos nacionais"
(texto via FADE IN)
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